sábado, 29 de agosto de 2009

♥ Amado Michael



Hoje, Michael Jackson completaria 51 anos.
Who's Dead ?
O rei do pop vive.




Negro da luz que desbota branco
Tanto talento tormento tanto
Tanta afronta de pouca monta.
Eia! virtudes em farta ceia
Todo encanto que pode o canto
Toda fiança que adoça a dança.
Que Deus nos furta vida tão curta?
Mundo lamenta: ele mal cinquenta!
A ninguém ilude essa bruxa rude.
Paroxismo desse Narciso
Que achou desgosto no próprio rosto
E apedrejou-se com faca e foice.
Avança a rua (uma dor que dança)
E em seus telhados mandibulados
Requebra os hinos do dançarino.
Niños, rapazes, se sentem azes
Herdeiros todos e seus parceiros
Revelam parque, porto e favela.

(Tom Zé)

domingo, 23 de agosto de 2009

♥ O que é letramento?


Interessada em saber mais sobre letramento e alfabetização, li o livro: Letramento: um tema em três gêneros. Nele, encontrei este poema que explica bem o que é letramento. O poema foi escrito por uma estudante norte-americana, de origem asiática, Kate M. Chong, ao escrever sua história pessoal de letramento.






Letramento não é um gancho
em que se pendura cada som enunciado,
não é treinamento repetitivo
de uma habilidade,
nem um martelo
quebrando blocos de gramática.

Letramento é diversão
é leitura à luz de vela
ou lá fora, à luz do sol.

São notícias sobre o presidente
O tempo, os artistas da TV
e mesmo Mônica e Cebolinha
nos jornais de domingo.

É uma receita de biscoito,
uma lista de compras, recados colados na geladeira,
um bilhete de amor,
telegramas de parabéns e cartas
de velhos amigos.

É viajar para países desconhecidos,
sem deixar sua cama,
é rir e chorar
com personagens, heróis e grandes amigos.

É um atlas do mundo,
sinais de trânsito, caças ao tesouro,
manuais, instruções, guias,
e orientações em bulas de remédios,
para que você não fique perdido.

Letramento é, sobretudo,
um mapa do coração do homem,
um mapa de quem você é,
e de tudo que você pode ser.


(Kate M. Chong)

sábado, 15 de agosto de 2009

♥ Gentileza

José Datrino, o Profeta Gentileza, a partir de 1980, escolheu 56 pilastras do Viaduto do Caju, que vai do Cemitério do Caju até a Rodoviária Novo Rio, numa extensão de aproximadamente 1,5 Km. Ele encheu as pilastras do viaduto com inscrições em verde-amarelo, propondo sua crítica do mundo e sua alternativa ao mal-estar da civilização. Gentileza foi homenageado na música pelo compositor Gonzaguinha, nos anos 1980, e também pela cantora Marisa Monte, nos anos 1990. As duas canções levam o nome Gentileza.


Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
A palavra no muro
Ficou coberta de tinta

Apagaram tudo
Pintaram tudo de cinza
Só ficou no muro
Tristeza e tinta fresca

Nós que passamos apressados
Pelas ruas da cidade
Merecemos ler as letras
E as palavras de Gentileza

Por isso eu pergunto
À você no mundo
Se é mais inteligente
O livro ou a sabedoria

O mundo é uma escola
A vida é o circo
Amor palavra que liberta
Já dizia o Profeta


(Marisa Monte)

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

♥ Corre sempre atrás dos sonhos


Desce vales, sobe montes,
Vai onde o sonho te levou,
Mata a sede, nas tuas fontes,
Nas que o destino não secou.

Mas com tua contumácia,
Mostra-te um ser denodado,
Perseguindo com eficácia,
Qual denodo desejado.

E quando pensares, já ter tudo,
E em ti não veres defeito,
Terás que depreender,

Que foste na vida um sortudo,
Por pensares ter tudo feito,
Tu tens tanto por fazer!


(Casimiro Costa)

domingo, 2 de agosto de 2009

♥ Beijo de amor


Quando teu rosto contemplei,
Tudo, tão lindo, achei,
Na ansiedade, numa probidade...
Em teus lábios quando toquei,
Coloquei os meus, colei... beijei...
Ah! Doce aroma, doce mel,
Senti-me enfim no céu,
Planando no ar,
A amar... a desejar...
Que afável realidade,
Que imensa liberdade...
Que aflição no coração,
Na ação de te beijar e abraçar.
Sentindo teus lábios úmidos,
Brincando, sorrindo,
De mansinho num movimento,
Numa carícia refrescante, alucinante...
Agonia neste beijo, um desejo...
Persistindo em não parar, amar...
Pressionados um ao outro,
Mexendo num afago infindo...
E sentindo a intensidade,
A tão grande suavidade...
Um sentimento neste momento,
Um imenso calor, neste ardor-sabor.
Ah! Que ditosa quentura,
Que lindo beijo de amor!


(Fernando Wallace)