sábado, 21 de abril de 2012

♥ Tiradentes: O lado mais fraco da corda
















Leitor ao ler estes versos
Chamo a sua atenção:
Não vou recontar história,
Mas trazer reflexão
Sobre os fatos ocorridos.
Com os pés firmes no chão.

Leitor você já pensou
Por que a inconfidência
Mineira resultou numa
Incomparável inclemência
Somente com Tiradentes
E aos outros branda ocorrência?

A história brasileira
Vez em quando é repetida.
Um dia desses mataram
Chico Mendes e Margarida
Principalmente por virem
Da classe baixa oprimida.

Pois se a pessoa é rebelde,
Porém tem nome e dinheiro.
A família é da elite
Do Brasil e do estrangeiro
Pensam duas vezes antes
De burlar seu paradeiro.

Veja o que aconteceu
Ao ilustre Tiradentes:
Ele estava rodeado
De um bando de inconfidentes,
Mas só a ele restou
O choro e ranger de dentes.

Portugal necessitava
Adornar seu oratório:
Sua exploração vigente
Queria ouro no empório.
Pegou então Tiradentes
Como bode expiatório.

Condenar o Tiradentes
Foi muito cômodo ao reinado.
Responda-me ele era quem?
Um ex- alferes lascado.
Um líder pobre sem eira.
Um sem poder revoltado.

Os outros eram barões
Do dinheiro e do intelecto.
(Um a um analisaram
Construindo um retrospecto)
Só Tiradentes perdia
Diante destes aspectos.

Segue a enumeração
Dos principais conjurados.
Inconfidentes mineiros
Dentre outros destacados.
Só o Cláudio Manoel
Morreu sem ser libertado.

Tomás Antonio Gonzaga,
Domingos de Abreu Vieira.
Carlos Correa Toledo
Francisco Antonio Oliveira.
Inácio José Peixoto.
Só a classe rica mineira.

Os padres José da Silva
E Oliveira Rolim.
O sargento-mor Luiz
Vaz de Toledo e enfim
Joaquim José da Silva
O que teve triste fim.

Dentre os que participaram
Estes se destacam mais
Por serem representantes
Das altas classes rurais,
Clérigos e militares.
Grandes intelectuais.

Dentre os inconfidentes
12 foram condenados,
Porém só o Tiradentes
Para a forca foi levado.
Se fosse das classes altas
Tinha sido libertado.

Vemos que nossa justiça
Sempre agiu de forma branda
Com quem faz parte das classes
Sociais de quem comanda.
Sobra para o indivíduo
Que em quase nada manda.

É de práxis existir
Na história um traidor.
Tiradentes não fugiu 
Desta regra, meu leitor.
O nosso Judas da vez
Foi o tal Silvério Reis
Um covarde sem pudor.

Cumpriu-se assim outra práxis.
Quem pensa logo descobre:
Na história brasileira
Quase todo mártir é pobre.
Parece que no Brasil
Morrer pela mãe gentil
Não ficou pra “classe nobre”.

Mataram o Tiradentes
Pelos motivos citados.
Por todo o sempre seu nome 
Deverá ser exaltado,
Porém quantos Tiradentes,
Lutando por nossa gente
Morrerão executados?



(Manoel Messias Belizario Neto)