O dia mente a cor da noite
E o diamante a cor dos olhos
Os olhos mentem dia e noite a dor da gente"
Enquanto houver você do outro lado
Aqui do outro eu consigo me orientar
A cena repete a cena se inverte
Enchendo a minha alma d'aquilo que outrora eu deixei de acreditar
Tua palavra, tua história
Tua verdade fazendo escola
E tua ausência fazendo silêncio em todo lugar
Metade de mim
Agora é assim
De um lado a poesia o verbo a saudade
Do outro a luta, a força e a coragem pra chegar no fim
E o fim é belo incerto... depende de como você vê
O novo, o credo, a fé que você deposita em você e só
Só enquanto eu respirar
Vou me lembrar de você
(Fernando Anitelli)
terça-feira, 31 de março de 2009
domingo, 22 de março de 2009
♥ Água
Dia 22 de março é a data escolhida pela Organização das Nações Unidas para celebrar o Dia Mundial da Água.
Ouvi dizer que a água é insípida, inodora e incolor.
Como assim é insípida,
Se minha sede discorda
E só tem prazer em seu sabor?
Como seria inodora,
Se amo e conheço o cheiro da chuva
Que cai depois de longa estiagem?
E como será incolor,
Se em cada mínima gotícula,
Há um arco-íris sonhando em sair?
(Roberto Amorim)
Como assim é insípida,
Se minha sede discorda
E só tem prazer em seu sabor?
Como seria inodora,
Se amo e conheço o cheiro da chuva
Que cai depois de longa estiagem?
E como será incolor,
Se em cada mínima gotícula,
Há um arco-íris sonhando em sair?
(Roberto Amorim)
sexta-feira, 20 de março de 2009
♥ Assaltos
Do medo, eu teço mais coragem.
Um salto maior eu dou se me acorrentam.
Da dor da poda eu renasço inteira
Saio a melhor rosa da roseira.
Do cinza frio do asfalto
Do vermelho sangue nos olhos do bandido
Eu ergo minha bandeira ao alto: lilás e rosa.
Outra fada teria fugido...
Eu encanto, crio, expando.
Mesmo que minhas asas tremam
Mesmo que estejam amarradas
Eu vôo.
Mesmo que o medo açoite-me à noite
E a dúvida surja em seu caminho.
Do piloto automático eu fujo
Da venda nos olhos - que já são cegos...
Não quero a vibração das pedras
Quero a velocidade da luz.
(Carolina Salcides)
Um salto maior eu dou se me acorrentam.
Da dor da poda eu renasço inteira
Saio a melhor rosa da roseira.
Do cinza frio do asfalto
Do vermelho sangue nos olhos do bandido
Eu ergo minha bandeira ao alto: lilás e rosa.
Outra fada teria fugido...
Eu encanto, crio, expando.
Mesmo que minhas asas tremam
Mesmo que estejam amarradas
Eu vôo.
Mesmo que o medo açoite-me à noite
E a dúvida surja em seu caminho.
Do piloto automático eu fujo
Da venda nos olhos - que já são cegos...
Não quero a vibração das pedras
Quero a velocidade da luz.
(Carolina Salcides)
domingo, 1 de março de 2009
♥ O poeta da roça
Sou fio das mata, cantô da mão grossa,
Trabalho na roça, de inverno e de estio.
A minha choupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Na tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o nome assina.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estuda.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu só entra no campo e na roça,
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida apertada, da roça e dos eito
E às veis, rescordando a feliz mocidade,
Canto uma sôdade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando a visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de coro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem terra e sem pão,
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade
Cantando a verdade das coisas do Norte.
(Patativa do Assaré)
Trabalho na roça, de inverno e de estio.
A minha choupana é tapada de barro,
Só fumo cigarro de páia de mio.
Sou poeta das brenha, não faço o papé
De argum menestré, ou errante cantô
Que veve vagando, com sua viola,
Cantando, pachola, à percura de amô.
Na tenho sabença, pois nunca estudei,
Apenas eu sei o nome assina.
Meu pai, coitadinho! Vivia sem cobre,
E o fio do pobre não pode estuda.
Meu verso rastêro, singelo e sem graça,
Não entra na praça, no rico salão,
Meu só entra no campo e na roça,
Nas pobre paioça, da serra ao sertão.
Só canto o buliço da vida apertada,
Da lida apertada, da roça e dos eito
E às veis, rescordando a feliz mocidade,
Canto uma sôdade que mora em meu peito.
Eu canto o cabôco com suas caçada,
Nas noite assombrada que tudo apavora,
Por dentro da mata, com tanta corage
Topando a visage chamada caipora.
Eu canto o vaquêro vestido de coro,
Brigando com o tôro no mato fechado,
Que pega na ponta do brabo novio,
Ganhando lugio do dono do gado.
Eu canto o mendigo de sujo farrapo,
Coberto de trapo e mochila na mão,
Que chora pedindo o socorro dos home,
E tomba de fome, sem terra e sem pão,
E assim, sem cobiça dos cofre luzente,
Eu vivo contente e feliz com a sorte,
Morando no campo, sem vê a cidade
Cantando a verdade das coisas do Norte.
(Patativa do Assaré)
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